Avenidas com comércio tem valorização nos últimos anos de até 144%. Bairros novos, com casas novas, algumas chegam a R$ 350 mil.
Antigamente quem morava em bairros da periferia de São José do Rio Preto (SP) tinha que se deslocar até o centro da cidade para fazer compras e, com isso, o imóvel nestas regiões era desvalorizado. Mas isso mudou nos últimos anos.
A região norte de Rio Preto, por exemplo, está tão desenvolvida, que parece até uma cidade dentro de Rio Preto, com agências bancárias, supermercados, unidades de saúde e shopping com cinema. Com tantas facilidades, os bairros não param de crescer e têm atraído cada vez mais investidores. São vários empreendimentos imobiliários: e até condomínios fechados. A valorização dos imóveis passa dos 100%.
O investimento de construtoras nesta região da cidade tem retorno garantido, com condomínios fechados ou conjunto de prédios populares. “A maioria das pessoas compra para moradia, mas de 10% a 15% compram para investir”, afirma Marcos Ladeira, coordenador de vendas.
Só a construtora onde Marcos trabalha tem hoje quatro empreendimentos em obra com 1.500 apartamentos e até o fim do ano serão mais quatro. “É uma mina de ouro essa região e com certeza vai durar muitos anos ainda”, diz o coordenador.
Bom para os moradores da região, como o aposentado José Barreto, que vê o crescimento do local e a valorização de seu imóvel. “Valorizou minha casa, é bom para quem mora nesta região este crescimento”, afirma. Nos últimos cinco anos, a valorização dos imóveis na região norte foi de, em média, 130%, bem superior da média nacional, de 7,4%.
Em avenidas com bastante comércio é até difícil encontrar terrenos baldios e a valorização foi bem grande nos últimos anos, de 144%. Só para se ter uma ideia, em 2009, um terreno que custava R$ 90 mil, hoje está custando R$ 220 mil. “A zona norte tem um crescimento muito grande, na região tem quase que a metade da população de Rio Preto, e as empresas estão indo se instalar lá para ter uma valorização, algo que vem acontecendo nos últimos cinco anos”, diz Joaquim Ribeiro, presidente da Federação Nacional de Corretores.
O crescimento das áreas residenciais também impulsiona o comércio. Empresas, indústrias e lojas encontram clientes que antes precisavam atravessar a cidade. “A gente queria estar próximo do cliente e apresentar nosso produto. O consumidor não quer ir para outra região, em uma cidade grande como Rio Preto, para comprar alguma coisa”, diz o diretor executivo José Roberto Hackme Alvarez.
Hoje quem mora na região norte tem tudo o que precisa bem perto de casa. Loja de roupas, calçados, loja de utilidades, de carros, banco, o mecânico José Roberto Pupo viu o crescimento bem de perto. “Antes era tudo de terra as ruas, quando vim para cá era tudo pasto, porteira de arame, não imaginava que iria crescer tanto assim”, diz o mecânico.
Bairros novos, com casas novas, algumas chegam a R$ 350 mil. O barulho de construção virou trilha sonora na região norte. A região norte tem cerca de 190 mil habitantes, o mesmo que Araçatuba (SP), e quem mora na região não sai por nada. “Não moraria em outro lugar em Rio Preto, é muito bom, sossegado, apesar do crescimento, é o lugar onde nasci, cresci e não tem porque sair”, afirma a pensionista Mercila da Costa.